A Marca de uma lágrima
Pedro Bandeira
Moderna
Literatura Infanto-Juvenil/ Literatura Juvenil/ Literatura Nacional
176 páginas
Isabel se acha feia. Será mesmo? Feia ou não, é uma garota genial que acaba escrevendo lindos versos para ajudar o namoro de Rosana, sua melhor amiga, com Cristiano, seu grande amor. A morte da diretora da escola - terá sido mesmo suicídio? - vem alterar sua vida e precipitar os acontecimentos. Isabel foi testemunha de uma cena muito suspeita e se sente ameaçada. A idéia da morte começa a tomar conta de seu cérebro, enquanto seu coração se despedaça pelo amor de Cristiano.
A Marca de uma Lágrima conta a historia de Isabel, uma garota de 14 anos que acaba de entrar no colegial. Um pouco antes das férias acabarem, Isabel é convidada para ir a festa do céu primo Cristiano, a quem não via a muito tempo. Temendo que a festa fosse chata, Isabel convida sua amiga Rosana para ir com ela. Na festa assim que Isabel vê Cristiano, ela se apaixona por ele, porém seu primo dirige todas as atenções a Rosana. Escondida no jardim e completamente bêbada Isabel é beijada por alguém, mais que é esse garoto?
A leitura foi ótima, eu fui completamente envolvida pela Isabel, seus temores e receios, tudo ficou impregnado na minha carne.
Acho que o fato da Isabel ter praticamente a minha idade influenciou para que o livro tenha sido extremamente real para mim. Ela era uma garota com as mesmas duvidas e com problemas muito parecidos com os meus. Mais, deixando isso de lado, a narrativa do Pedro Bandeira é fascinante! Esse foi o primeiro livro dele que eu li, e eu tenho um pé atrás com a literatura nacional. Antes de começar a ler eu estava com a idéia de que o livro não ia ser bom, pura e exclusivamente pelo fato do livro ser de um autor nacional. E acabou que no final do livro eu tive que dar a minha cara a tapa por esse preconceito estúpido e idiota.
Durante o livro todo eu pude sentir um leve corrente, que me fazia ler cada vez mais, e que me puxava cada vez mais para a mente de Isabel. Isso, em parte, se deve aos vários poemas que Isabel escreveu, os poemas mostravam o coração da personagem, e isso me fez ficar apaixonada por ela. E claro, ainda há o Eduardo. Em todo o livro, apesar de ser o nome do Cristiano que aparece, eu senti como se tudo que fosse destinado ao Cristiano era na verdade para o Eduardo (acho que apenas quem leu vai entender isso).
E para finalizar e dar um gostinho de “QUERO LER!”, eu vou terminar com um trecho do livro.
“A luz do salão iluminou o rosto do rapaz à sua frente, que a olhava nos olhos, sorrindo.
Isabel desviou o olhar e, por um momento, odiou aquele rapaz que vinha distrai-la em sua sentinela.
— Eu sou o Fernando. E você?
— Eu? Sou a ilusão...
— É um nome estranho para quem está sozinha. A ilusão nunca está sozinha...
— Pode me chamar de cretina, então. É o meu apelido.
— Cretino é aquele que crê em tudo o que ouve. Você acredita em tudo?
— Eu? Não. Só naquilo que me ilude.
— Acreditaria se eu dissesse que é a garota mais linda da festa?
— Não. Eu diria que você está me gozando. E o esbofetearia.
— Seria uma nova experiência ser esbofeteado por uma ilusão.
— Ou por uma cretina...
— Você tem resposta pra tudo, não é?
— Não. Só pra gente que tem pergunta pra tudo.
Isabel entornou rapidamente o resto do copo e o líquido escorreu quente, queimando tudo por onde passava.”
5/5